terça-feira, 11 de março de 2008

Devaneios da Little Apple - LEI da ILUSÃO do "amor"

Representação simbólica do que é o amor


Foi lendo sobre o que as pessoas pensam sobre o amor que resolvi escrever sobre ele. Não poderia deixar de lado a pessoa que me inspirou, na qual terá participação direta no meu novo texto sobre o amor.

Como já diria Cazuza "Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom" é assim que vejo as pessoas de nossa época se relacionarem. Para mim é muito simples explicar esta afirmação. Buquês de rosas colombianas, cartas quilométricas com duas palavras, com declarações de amor, músicas escritas, cantadas e até gravadas, palavras confortantes e de amor muitas vezes faladas sem nenhum pudor, diria até jogadas sem nenhum afeto, podem retratar o que tenho vivido. Parece-me que tudo é feito com um ar de desespero, é como se tudo se resolvesse após encontrarmos O tão falado e clamado “amor da minha vida”. Mas o que muitas pessoas não entendem é que o “amor de suas vidas” passará por muitos momentos ao seu lado, sejam eles tristes ou alegres, este “amor” acompanhará sua vida como se fosse dele, sonhará seu sonho como se fosse dele e muitas vezes os verá como um só.

Não estou querendo dizer que temos que ter alguém perfeito do nosso lado, muito longe disso, pois até os defeitos farão toda diferença na grande jornada de suas vidas. Discussões aconteceram, porém todas carregadas com um sentimento de equilíbrio, isso é, vocês terão conversas que os farão pensar sobre seus atos e muitas vezes os encaminharão para a evolução do seu próprio ser.

Eu sei que é muito fácil eu chegar aqui e escrever tudo isso, dizer coisas que não fazem parte da minha vida; acreditem ou não, eu pensei mil vezes antes de dizer que todas as provas ou promessas de “amor” que recebi soaram como maluquices de pessoas que estavam simplesmente com medo de ficarem sozinhas. Acho que a frese que se encaixa perfeitamente no que sinto ao ver algo parecido com “promessas malucas” vem do texto “O compromisso de ser eterno” de Daniel Wills (me perdoe se não foi isso que quis dizer) que diz: “Declaramos, declaramos, mas nunca nos preocupamos com a produção de nossas promessas, que geram buracos vácuos entre nós e os outros, e entre nós e nós mesmos”. Sim, buracos vácuos, é tudo o que resta depois. È como se tudo aquilo vivido tivesse sido jogado num buraco vácuo e junto com todas as provas e promessas você fosse jogado junto. O respeito pelos seus sentimentos, o carinho, ou um simples olhar de ternura some num piscar de olhos. E aquele que era o “amor de sua vida” passa a ser mais um desconhecido qualquer que esbarra e finge que não te vê.

É triste dizer isso, mas quero saber qual foi a pessoa que nunca sofreu deste mal. E por favor, não venha me dizer que não aconteceu com você, comigo já, várias vezes e talvez seja por isso que o amor tenha um novo significado para mim.

Posso estar muito errada em tudo que estou escrevendo, não tenho certeza do que penso e espero nunca ter, pois acho que tudo muda com o tempo, e o que penso hoje pode não ser o que pensarei amanhã, estamos em constante mudança. Mesmo não sabendo se tudo é certo digo que para mim o amor não tem gosto de ilusão, nem cheiro de rosas colombianas, não tem som de promessas doces, não tem cara de provas e declarações de “amor” e nem sensação de desespero. O amor tem gosto de companheirismo, tem cheiro de gente, tem som de choros, suspiros e risadas, tem cara de carinho e sensação de proteção.

Não me venha com todas estas falsas “promessas malucas”, não se dê o trabalho de mudar minha vida com algo que se vai. Isso tudo não me comoverá se junto não vier o companheirismo, o respeito, o querer bem, o querer fazer parte da minha vida e o querer sonhar e crescer comigo.

Dificuldades, passaremos sempre, mas quando temos amor pela vida entendemos que tudo que acontece, acontece para aprendermos alguma coisa, mesma que esta coisa pareça pequena.

Não sei você, mas eu só quero ter o direito de poder realmente amar, sem medos, angústias ou aflições.

Paz a todos!